domingo, 15 de junho de 2014


Atividades de Baixa Tecnologia para TGD


O termo Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) é usado para descrever um grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro que podem incluir os Transtornos do Espectro Autista (TEA, constituídos pelo Autismo, a síndrome de Asperger e pelo transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação), a síndrome de Rett e o transtorno desintegrativo da infância. Estes Transtornos são um conjunto de manifestações que afetam a capacidade de comunicação, o funcionamento social, apresentam padrão restrito e repetitivo de comportamentos e interesses, estereotipias comportamentais e de fala, e podem ou não apresentar algum grau de deficiência intelectual.
Em comum, as pessoas que apresentam TEA exibem dificuldades em entender as regras de convívio social, a comunicação não verbal, a intencionalidade do outro e o que os outros esperam dela. Com essas dificuldades funcionais, o impacto na eficácia da comunicação é muito grande, fazendo com que o desenvolvimento do cérebro social mantenha-se cada vez mais insuficiente para exercer as funções necessárias para a interação social.
Em relação ao desempenho escolar, cada fase do desenvolvimento apresenta necessidades particulares. Na fase pré-escolar, o desenvolvimento da coordenação motora e a capacidade de adaptação ao grupo são fundamentais. Na fase de alfabetização, dificuldades podem requerer intervenção de fonoaudiólogo e psicopedagogo.
Recursos de baixa tecnologia podem apoiar o aluno em seu desenvolvimento. A atividade proposta tem como objetivo desenvolver a linguagem e a comunicação e ampliar a interação social através da proposta de a criança acompanhar e participar na produção de uma narrativa. A atividade pode ser feita na SR ou em casa pelos pais da criança. O site de onde foi retirado tem também informações sobre o autismo, além de sugestões de livros e outras atividades que podem ser feitas com as crianças.

Fazendo a história
Interesses: Animais, meios de transporte, efeitos sonoros e onomatopeias.
Metas principais: Acompanhar e compreender uma sequência narrativa. Participação física.
Ação motivadora (o papel do adulto): Contar uma história para a criança utilizando a sequência narrativa de um livro caseiro personalizado. Utilizar sua expressividade facial, corporal e de voz em breves encenações para ajudar a criança a manter-se atenta e motivada durante toda a história. Oferecer opções de cartões para que a criança complete a história.
Solicitação (o papel da criança): Escolher o cartão que completará cada trecho da história do livro.
Preparação da atividade:
Confeccione um livro personalizado utilizando papel de tamanho A3 e deixe espaços em branco no texto para que cartões possam ser encaixados de forma a completar a história. Confeccione de 2 a 4 cartões diferentes como opções para cada espaço em branco. Os cartões podem conter apenas fotos/desenhos, conter fotos/desenhos e palavras, ou apenas palavras, dependendo do estágio de desenvolvimento das habilidades cognitivas de sua criança. Plastifique tanto o livro como os cartões e cole uma fita de Velcro no verso dos cartões e nos trechos em branco do livro para que os cartões possam ser encaixados desta forma. Abaixo um exemplo de história e de cartões:
Era uma vez um…
  • gato
  • cavalo
  • tigre
  • sapo
Que morava em uma casa…
  • vermelha
  • amarela
  • azul
  • verde
Um dia, ele foi passear de…
  • carro
  • trem
  • helicóptero
  • caminhão
E ele chegou na….
  • escola
  • praia
  • floresta
  • piscina
Ali, ele encontrou seu amigo…
  • pato
  • leão
  • macaco
  • urso
E eles comeram juntos uma deliciosa e gigante…
  • banana
  • laranja
  • melancia
  • maçã
Estrutura da atividade:
Quando você começar a contar a história, mantenha todos os cartões em uma prateleira e mostre à sua criança apenas os cartões referentes à primeira página. Seja o modelo para a criança, escolhendo um dos cartões e colocando-o no espaço com velcro do livro, sem pedir nada à criança. Guarde na prateleira os cartões daquela página que não foram utilizados. Continue a história utilizando sua expressividade e animação, encenando, oferecendo efeitos sonoros relativos aos meios de transporte e onomatopeias para cada um dos animais. A cada espaço em branco, mostre os novos cartões e estimule a criança (caso ela esteja altamente motivada) a ajudá-lo a escolher um cartão e encaixá-lo no livro. Lembre-se que o momento em que solicitamos algo da criança também faz parte da diversão. Traga leveza e animação para este momento demonstrando sua empolgação em escolher os cartões e montar a história. A criança não precisa escolher e colocar os cartões no livro. Se ela conseguir manter-se atenta e acompanhar toda a história, isso já é fantástico para uma criança que ainda não adquiriu a habilidade de seguir sequências narrativas orais ou escritas. E se ela participar escolhendo e colocando os cartões no livro, lembre-se de celebrar muito suas participações!
Variações: Se a criança gosta de música, você pode fazer uma história cantada. Com uma melodia conhecida, você pode confeccionar o livro escrevendo a letra original ou uma letra modificada para montar a sua história e também deixar espaços em branco para a criança completar com os cartões.
Observações:
Algumas crianças podem se beneficiar de uma história com menos espaços em branco para completar – ou até nenhum – caso os espaços em branco e os cartões a distraiam dificultando a compreensão da história narrada. Se este for o caso de sua criança, invista em livros personalizados confeccionados por você com os interesses da criança, com texto simplificado e ilustrações atraentes, para que você possa simplesmente contar a história com animação e expressividade.
Acesso 15/06/2014.